segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Mãos

o retrato
traço a traço
se desfaz
na ponta macia do pincel
no riscar preciso do lápis
às vezes nas cores
o borrão
às vezes nos matizes
a escuridão
mas a obra
forma com precisão
a pugna
a luta
o empenho
um desenho
a criança
texto ilustrado
traçado
pouco a pouco
nas semelhanças
e lembranças
nas mãos
da minha infância

Mozart

2 comentários:

  1. Às vezes acho que a infância só existiu na minha imaginação. Só tenho como provas as fotos e meus pais. Quando tudo se for, contarei apenas com a lembrança. Aí não vou mais saber distinguir o que vivi do que criei... Cara, viajei no teu poema! Obrigada!!! Lindíssimo!

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  2. PÔ, o tal do "ABISMAR-SE" é f... Foi meio brusco na alma... Gostei!

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