quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Long-play

lavrei o pensamento
posando na vitrola um long-play
a ponta da agulha
histórias melodiosa(mente)
sondavam os acordes
versos escalavam as notas

em um futuro distante
aprenderei a encarar as fases
dos rios de verdades
que se desfazem em águas
em córregos senis
nas enseadas delirantes
lado a lado às oblíquas juras
de eterna felicidade
(Mozart)

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

As calças cochicham


Desperto
abro o armário


pendulares cabides
apóiam as camisas
socialmente impecáveis







cochicham as calças
lamúrias
mais um dia – labuta



as horas disparam
sobre o relógio
os ponteiros firmes,

decididos
despem-se as obrigações

tomo a carteira
o assalto ao banco aguarda
os dias, as vespertinas noites...
novamente madrugada
desperto.


Mozart

domingo, 26 de dezembro de 2010

Chronos

a vida passa
na ponta dos minutos
nas enseadas dos segundos
nas horas compassadas
- o tempo passa
passa, ultrapassa ...
o farol dos momentos

que guiam os sentidos
como gato nas alamedas
com olhos brilhantes
nas encruzilhadas
o tenebroso
porão dos medos
o despertar
das manhãs
ensolaradas
na brisa
no vento
na tormenta
nos braços de um deus
chamado tempo


(mozart)


sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

ROSAS

Pulsos dilatados
o sangue
esvai...
compassos
afastam cadenciada(mente)
as lembranças
que divagam
na própria natureza
do que há para perceber?
nas retinas

a corte
passa fúnebre
diante das rosas
- passatempo
e digno, o choro
o couro
de suas palavras rasgadas
com o poder
(germinar)
em solo não cultivado...
mas continuo...
(...) alargo os braços
na busca
entender:
o que, na vida, existe?
sem submeter
os rastros extensos, ritmados
tentando me esquecer

(mozart)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Cicatriz

Corte
a fenda rompe
cicatriz
rasga a carne
interrompe
um mar azul
em chamas
sucumbe
o poço
em ventre
funde-se
e o manto
profundo - profano
esvai-se nas marés,
nos oceanos
ancora nas praias
o séquito “blue”
rei posto
porto-eu-roto
exalando
a vida
em gozo
num mundo
morto
de mim




Mozart

 

Mãos

o retrato
traço a traço
se desfaz
na ponta macia do pincel
no riscar preciso do lápis
às vezes nas cores
o borrão
às vezes nos matizes
a escuridão
mas a obra
forma com precisão
a pugna
a luta
o empenho
um desenho
a criança
texto ilustrado
traçado
pouco a pouco
nas semelhanças
e lembranças
nas mãos
da minha infância

Mozart

CIEGO


Mire

el camino correcto

incierto

ojos bañan

de imágenes

desgranar lágrimas

que humedezca

los labios

en susurrados

silencios.





MOZART

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Mágoa

tem o verbo
como arma
detonada pela ira
arrogante
de sua vaidade
desfrutável
...
naturalmente
o tempo vai passar
o descaso
tornara-se recente
como um campo de batalha
...
as árvores irão secar
as folhas
se espalharão como poeiras
as sementes
cairão
...
infértil
não-germinarei
em suas terras
serei um pássaro
a cantar n’outro
lugar...

(Mozart)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Abismar-se


Abismo
aos olhos o monte
e não vi o céu
tombei o corpo - frio
a terra me abraçou
túmida

dedos
(como raízes)
cravavam as profundezas
às entranhas
minha alma
serpentiosa e visceral
venenosamente
brotava
(como germe)

ao céu o ventre enlevo
não fertilizo
mesmo a chuva
mesmo a lua
a escura face
sequer notou

mas todo tempo
a solidão
inquiria
a semente
do fim.

(mozart)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

CICLO da VIDA


Quero
(...) despertar-me lagarta
sonhar...
Sonhar...
amadurecer
e sempre...
sonhar, sonhar...
até morrer borboleta.
mozart

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Puta-que-pa...

No peito a camiseta rasgada
o ventre desnudo
na precipitada chuva
gotejava desmedidamente
o forte – a face
abençoada do sexo
e as putas-que-pariram
(deliberadamente)
enchiam-se de
desejos

Mozart Carvalho

sábado, 20 de novembro de 2010

imprevisível...












que cada brisa
traga o beijo
um corpo nu
moreno de desejo

salgado, curtido
um sopro mágico – gemidos
elos invisíveis
que quebram distâncias

geram a espera
o imprevisível.


Mozart

AINDA



o sono atravessa o sonho
num sutil movimento
vontades – pontes na imaginação
ruínas infinitas
prelúdio de imagens – unção


como construir a vida
unindo na amarga argamaça
cacos, fracassos, desejos

(?)

nem que seja

Ainda
Mozart

Revista Literária Plural



Uma proposta inovadora a Oficina Editores, lança no dia 25/11, às 18hs, no Barra on Ice, Av. Américas nº1510, a 4º Revista Literária Plural, para os amantes e simpatizantes da boa poesia.
A Revista Literária Plural vem contemplar o universo poético, com autores inéditos e já consagrados, como Olga Savary, um preito à Ferreira Gullar pelos seus 80 anos, o saudoso poeta luso-carioca Francisco Igreja com uma crônica inédita e uma homenagem a Flávio Rubens por Glenda Mayer.
Destaque para o Roteiro Carioca de Poesia.
Por cingir os diversos gêneros literários a faz uma revista literariamente plural.



sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Biblioteca de Paquetá




Minha PAIXÃO de LER.

Verdade que Paquetá nos inquieta com sua beleza natural. Um povo acolhedor, simples, que expressa sutileza de viver a cada dia como se fosse o único dia de nossas vidas. O vai-vem das ondas mansas, que alcançam as praias serenas da ilha num ritmo compassado. Um verde multivariado que recorta o céu azul. O sol, ah! O sol que ora vem e vai com as ondas. Uma inocente brincadeira nas águas mansas da Baía de Guanabara.

O que falta para essa terra de ilhéus? Uma biblioteca? Bem foi nesse espaço que encontrei abrigo para deixar a personagem de meu livro andar de bicicleta. Foi lá que encontrei, na minha imaginação, o Cervo e nas matas de Paquetá – o lago.

O meu público, as crianças do Preventório, sentadas e inquietamente ansiosas a espera da pequena narração.



O sonho começou. O meu sonho misturava-se com a realidade e não existia um fim. Agradeço a Claudia Luna e a Sérgio Gerônimo por abrir as portas desse caminho. Estendo também esses agradecimentos à Rosangela, responsável pela Biblioteca.


As crianças o meu carinho e respeito profundo. Só gostaria de lembrá-las que o sonho apenas começou. O meu, de poder contar histórias e delas de poder ouvir mais alguns contos que a vida poderá ofertar. A vida é boa. As feridas secam, podem até deixar marcas, mas as dores vão embora – e nos tornamos muito fortes.

Ao entrar na barca de volta ao Rio, a ilha se arredava de mim. Contudo eu não sentia o afastamento, apenas uma sensação de que a baía guardava, escondia, abrigava aquele pequeno pedaço do continente Carioca, no meu coração.

*Fotos by  Poeta Sérgio Gerônimo


Mozart Carvalho

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

100 ANOS DE SAUDADES

Noel

Já chorei as mulheres
Aquelas que por hora
apaixonei-me
Já cantei os versos
do passado
nas alamedas perdidas de outrora
e agora Noel
O que faço com a Vila
Se a Isabel já alforriou
os nossos santos
que de mãos negras
cultivaram nossos prantos
E agora Noel
Uma praça,
um banco,
uma caixa de fósforo
um batuque
incendeia os quadris
das mulatas faceiras
Bamboleando
Martinho, Sapoti
e Marrom espelham a cor
brejeira
da Mangueira, do Salgueiro
e da nossa Vila.

Mozart

sábado, 6 de novembro de 2010

Uma noite...


Nao chore a beira do meu túmulo,
eu nao estou lá.
Estou nos ventos que sopram;
Nos diamantes que sentiram na neve
e na luz do sol nos grãos dourados.
Estou nas chuvas do outono;
no voo suave das aves
e nas estrelas que iluminam a noite.
Nao chore a beira do meu túmulo,
eu nao estou lá.
Mary Elizabeth Frye

sábado, 23 de outubro de 2010

A Sérgio Gerônimo, um poeta.




Poesia

a pena
pronuncia
o verso exalta
nem sempre rima
é cisma
o mundo é frágil
nas mãos do poeta
a poesia resiste
desmascara
ouve e escuta
sinuosamente
as letras da lira.

Poesia

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Tempo


"Tempo: não recupera o passado,



cuida do presente no aguardo de um amanhã." Mozart

domingo, 10 de outubro de 2010

PORTO de APOLO




empresto o meu corpo
para repousar nos braços das areias



entrego-me inteiro
nas margens de suas ondas
e o sol repousa do meu lado
selando um beijo
a brisa se desfaz
meu corpo morena de desejos
e suas quentes carícias
arrepiam o meu peito
meu sexo molhado
pelo úmido vai e vem de suas ondas
preenche um mar de desejo
descanso este meu corpo
pardo
as beiras de seu cálido porto
aqueço
adormeço
e você

assim me refaz...

sábado, 9 de outubro de 2010

TARDES CULTURAIS – Biblioteca Lucia Benedetti, Jardim Sulacap




O evento Tardes Culturais – Biblioteca Popular Municipal de Jardim Sulacap: Lucia Benedetti, Secretaria Municipal de Cultura e parceria da Oficina Editores, dentro das atividades festivas do aniversário desse centro cultural, proporcionou grande incremento e impulso entusiástico à cultura na cidade do Rio de Janeiro e especificamente às comunidades adjacentes.



Eventos como esse aquecem, fomentam o desenvolvimento e crescimento intelectual transformando indivíduos e grupamentos sociais. A participação efetiva da líder comunitária, presidenta da Associação de Moradores do Jardim Sulacap, e da gerente da biblioteca Srª Maria Conceição tem sido de valor inquestionável, uma vez que as conversas, exposições e apresentações de diferentes vertentes artísticas, principalmente, com lançamentos de autores novos e livros vêm acrescentar um acervo de informações de enriquecimento inigualável somado ao já fecundo e existente disponibilizado.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010


O lado de lá...

Repensando os versos dessa obra, questiono-me, inquietantemente – o que faz dos versos a poesia? Como desconstruir os hiatos silentes do poema? É, meu amigo. Esse é Naldo Velho. Apontando-nos o lado de lá da poesia. Um ambicioso autor traçando e desvelando linhas e cantigas. Dançando no tempo. O seu alvo, a alma. Perceber e compreender a linguagem da sensibilidade que combinam arranjos verbais e significação pelos quais vislumbramos nossos sentimentos e recordações. É verdade: do “lado de cá mora um poeta” que navega em águas revoltas e desconhecidas. Desbravador, solitário almirante. Um poeta. Fazendo-nos compreender a natureza da fala poética.
Mozart Carvalho

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

O Cervo e o Lago


Esopo Αἴσωπος é um lendário autor grego, que teria vivido na antiguidade, ao qual se atribui a paternidade da fábula como gênero literário. Esopo nasceu na Frígia. Floresceu 550 anos antes de Jesus Cristo e foi contemporâneo dos sete sábios da Grécia. Foi escravo nos primeiros anos de vida.
As Fábulas de Esopo serviram como base para recriações de outros escritores ao longo dos séculos, como Fedro e La Fontaine. Elas ainda remontam uma chance popular para educação moral de crianças.
O Cervo e o Lago é uma história baseada nas fábulas de Esopo. Os animais são personificados: falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como os homens. A intenção de Esopo, em suas fábulas, era mostrar como os homens podiam agir, para bem ou para mal.
O autor, humildemente, apresenta uma versão atualizada desses ensinamentos. Na esperança de recuperar valores que se perderam nos dias de hoje.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010



Torna-te aquilo que és.
Nietzsche

A poesia que se faz depois da queda. Sucumbamos. A rude economia das palavras nos versos de Às Origens, de Luzineti Espinha, corresponde à linguagem primeira, seca e ríspida nas imagens que o poeta apresenta. É o presságio da tragédia humana. Vigora a coragem de chafurdar no inferno e se perceber primeiro, oriundo do mais profundo umbral. Trata-se de uma busca alucinante pela existência. O nó de nossa genealogia ainda não foi desfeito.
É o elo perdido exposto na nossa consciência poética. Mas lembremos que do Ser e do Espírito nada se perde. A arte reside na percepção anímica que é fonte inesgotável de conhecimento.

“des
ci
tropecei em mim,
perdi-me de vista
e continuei a
des
ci
da”

A autora se posiciona de forma amargurada diante da incompreensão de nossa origem. De onde viemos é o que importa, todavia para onde vamos, não interessa. A verdade é que nos avistamos “entre os quadrúmanos” e somos mal - más e fazemos muito mal - caca. E retomamos a nossa Origem – MACACA.

Senhoras e Senhores. Apresento-lhes:


ÀS ORIGENS
Luzineti Espinha

sucumbi,
chafurdei-me;
conspurquei-me;
coabitei com os exus
des
ci
tropecei em mim,
perdi-me de vista
e continuei a
des
ci
da
até avistar-me
entre os quadrúmanos
má e caca.

Mozart Carvalho

domingo, 29 de agosto de 2010

OMNE


Omne (lat. Inteiro)

ser homem
não um “qualquer”
homem
poder voar
nas asas finas das borboletas
nos espaços vazios da magia
compreender as ausências
sem amarras
tocar
sentir
o outro
o gosto
a verdade
navegar nas cristas dos mares
sem afundar
ter certezas
se for preciso
ser incerto
sempre certeiro
como uma seta
que mira corações

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Um dia com Pilar


Um livro é sempre um bom livro. Tratando-se de Flavia Lins e Silva, não podemos duvidar. Uma moça afetuosa, dotada de uma generosidade impar. Foi assim o nosso encontro. Uma viagem pela Grécia sem fronteiras. Uma turma do 6º ano apaixonada pela pequena Pilar e sua jornada. Autora sensível que cultiva e demonstra todo apreço pelos seus leitores. Valeu Flávia! Por mais um sonho.
Mozart

domingo, 1 de agosto de 2010



A noite dos deuses.

A Noite, Deusa das Trevas, filha do Chaos, é a mais antiga divindade. Para os poetas é considerada como filha do Céu e da Terra, para Hesíodo, mãe dos Deuses, pois procede de todas as coisas.
Foi com a Deusa das trevas, numa sexta-feira que os ORÁCULOS apresentaram-se. No desejo de conhecer o futuro e de saber a vontade dos Deuses, fez-se Sérgio Gerônimo e as pitonisas Eurídice Hespanhol, Ilka Jardim e Messody Benoliel divulgarem, através de versos precisos e fortes, as profecias.
As Pythias, sacerdotisas sentadas sobre a trípode acima do abismo de onde brotavam as pretensas exalações proféticas, divulgavam ao Oráculo as profecias mais importantes através de poemas.
A Noite foi de deuses e deusas. “Com raios e trovões” Zeus se fez presente na voz de Sérgio Gerônimo. As Pithonisas logo se pronunciavam no brado inconfundível de Messody, mostrando sua identidade – “Eu sou assim, coberta de incerteza / Paradoxalmente incontrolável”.
Athena e Hera emocionavam com a força de “Poema de Amor” de Eurídice Hespanhol que invadia nossos corpos com suaves ternuras.
Afrodite procurava incansavelmente o "Gato Fujão" da Ilka Jardim que de olhos verdes, miava em seus ouvidos.
Apolo, sedutor, na sua carruagem “em cores ardor cintilantes”, com suas mãos, "adelgaçava" a cintura das Musas e dizia, ao pé do ouvido, “Tu me amas!” já que, esperto, sabe que "a vida é tão curta".
Hades e Baco diluíram em “sacro delírio” porque o ritual “emerge sua láurea e pulsava embriagado todo orgasmo”.
A lira e clarins, uma sinfonia melodiosa, realizou-se na voz inconfundível de Sandra Grego. Ao som da guitarra bailavam os faunos, musas, uma orgia de bandoleiros com seus cavalos alados.
Assim se fez uma noite imperdível. E pela primeira vez prestei atenção em mim e minha sensibilidade fez-me escrever em batom as linhas desse texto.
Será que falei Grego?

Mozart Carvalho

domingo, 18 de julho de 2010

Intrusos


Frios olhos
penetrantes
doces picadas
o ato falo
intruso
indiscreto
rígido arguto
sexo
desfaz-se
a cama néctar
a carne
quente arde
enxame
rubros lábios
fendas abertas
molhadas
brotam
saliva
gozo
gosto
a língua
e olhos.

Coxas de Cetim



Em Coxas de Cetim Sergio Gerônimo coloca o ledor numa aventura sexual pungente, não vulgar, na linha de gozo. A fonte de todo o processo do êxtase, um onanismo sutil que inquieta a busca poética do ser.
A economia dos substantivos, o uso dos verbos são códigos decifraríeis que nos individualizam a cada minuciosa leitura. É a força psíquica que produz em nossas mentes o desejo verbal e não verbal de realizar as sensações descritas. É a pornografia não cifrada, mas estimuladas em nossas mentes silenciosas. Elegante, perspicaz e sedutora leitura. Coxas de cetim... Que coxas! Nos faz delirar com o velho sabor da primeira vez.

Mozart Carvalho

Universo em nós

Poesia é sempre poesia. Será que nas mãos de uma artista plástica o papel transforma-se em tela e as letras desnudam-se em arco-íris de versos encadeados, francos e harmônicos?
Heloisa Amado consegue compor o universo em versos claros, sonoro e humano. Ela e sua poesia nos fazem relaxar no azul infinito e descansa suas emoções nas copas de suas lembranças, aos sons de pássaros canoros.
Na verdade não basta compartilhar de seus versos, e sim perceber a coerência de seus sentimentos, principalmente a coerência com a vida. A vida para autora é a gota brilhante como cristal, um diamante único, mas também a dor que transforma e nos redimensiona dentro de um universo maior, que nos dá o sabor de caminhar sempre.
Mozart Carvalho

sábado, 10 de julho de 2010

Com Tato




(...)
Hálito quente língua fremente
Insolente a desvirginar meus dentes
Expostos indecentemente
Peito aveludado
Ninho exposto
(...)

in Coxas de Cetim, Sérgio Gerônimo.