quarta-feira, 16 de março de 2011

Aveugle

Je vois
Dans le flou
La route bien réelle
Mes yeux sont baignés
D’images,
Ils égrènent des larmes
Qui humectent
Mes lèvres figées
Dans des silences
Susurrés.

Mozart

sexta-feira, 11 de março de 2011

Sous le ciel de Paris

Sous le ciel de Paris
S'envole une chanson
hum hum (...)
Elle est née d'aujourd'hui
Dans le coeur d'un garçon

Sous le ciel de Paris
Marchent des amoureux
hum hum (...)
Leur bonheur se construit
Sur un air fait pour eux
Sous le pont de Bercy
Un philosophe assis
Deux musiciens
Quelques badauds
Puis les gens par milliers

Sous le ciel de Paris
Jusqu'au soir vont chanter
hum hum (...)
L'hymne d'un peuple épris


De sa vieille cité
Près de Notre Dame
Parfois couve un drame
Oui mais a Paname
Tout peut s'arranger
Quelques rayons
Du ciel d'été
L'accordeon d'un marinier
L'espoir fleurit
Au ciel de Paris

Sous le ciel de Paris
Coule un fleuve joyeux
hum hum (...)
Il endort dans la nuit
Les clochards et les gueux

Sous le ciel de Paris
Les oiseaux du Bon Dieu
hum hum (...)
Viennent du monde entier
Pour bavarder entre eux
Et le ciel de Paris
A son secret pour lui
Depuis vingt siècles
Il est épris
De notre île Saint Louis
Quand elle lui sourit
Il met son habit bleu hum hum
Quand il pleut sur Paris
Quand il est trop jaloux

De ses millions d'amants
hum hum (...)
Il fait gronder sur nous
Son tonnerre eclatant
Mais le ciel de Paris
N'est pas longtemps cruel hum hum
Pour se fair' pardonner
Il offre un arc en ciel

Paroles: Jean Dréjac
Musique: Hubert Giraud

quinta-feira, 10 de março de 2011

indelével maldade

dê uma chance
ao mistério
falo do inquietante
campo de concentração
- solidão
no interior da alma
um estranho habita
deliciosamente nu
escoltado, luminosos
os corpos suspiram
gotejam, suam
viscosamente
a melhor oferta



sustenta o abandono
nervos ardentes
Aquiles e Pátroclo
sorte do desejo
anseio de sexo
faces incógnitas
da indelével maldade
salivam e selam
língua e carne
sobre os dentes
ruas alertas

postes eretos
iluminam o ardil da noite





esquinas povoadas
loucas rebuceteiam
o amor rígido
intumescido, alucinado
falo – arena da solidão
a brutalidade das mãos
num vai e vem ritmado
delineando espasmos
que coram os malditos gozos







covardes e assassinos
emudecem as madrugadas
são eles desviantes
príncipes, poetas e ladrões
das verdades avessas
aliados as couraças
escorraçando os medos
os freios, os furtos
frutos de insultos
invertem o mundo
sobre-o-mundo
a gaiola de Genet
esvazia-se de sangue



Mozart

quarta-feira, 2 de março de 2011

Um toque de Genet

tem um toque de genet
nas portas da cidade
sobem as escadas
descem os morros
e o prazer exclama
eriça os sentidos
em um território escuro


bate a porta do carro
um clique dedos inquietos
alarmes acionados
entre bueiros, postes e esquinas
lamparinas umedecem
corpos serpenteiam aos meio-fios
o fôlego por um fio
pronunciam-se as estranhas
rostos rudes
mãos calejadas
atravessam fendas
poros, instintos
agitam os músculos eréteis
marcas proeminentes
dos safados jeans
camisetas alargam os peitos
de pelos revoltos ao sereno
rompem-se as gretas
ancas ordinárias se afastam
o membro se acanha, outro assanha
mãos deslizam sobre zíper latino
hálito morno na nuca
espalmar de mãos dobram o torso
olhos públicos faíscam
teso e reteso nervo
nos arcos das pernas se dilatam
anéis afrouxam gemidos
e a linha passa agulha
em um costurar de emoções vazias



- é, Jean Genet na praça
querrele no largo das noites vagas
arrasta-se nas rodas finas de um carro
entusiasmam os faróis, a partida
a noite é surda
mas o viscoso líquido
na bunda da lua
lubrifica as retinas
lubrifica...