quinta-feira, 10 de março de 2011

indelével maldade

dê uma chance
ao mistério
falo do inquietante
campo de concentração
- solidão
no interior da alma
um estranho habita
deliciosamente nu
escoltado, luminosos
os corpos suspiram
gotejam, suam
viscosamente
a melhor oferta



sustenta o abandono
nervos ardentes
Aquiles e Pátroclo
sorte do desejo
anseio de sexo
faces incógnitas
da indelével maldade
salivam e selam
língua e carne
sobre os dentes
ruas alertas

postes eretos
iluminam o ardil da noite





esquinas povoadas
loucas rebuceteiam
o amor rígido
intumescido, alucinado
falo – arena da solidão
a brutalidade das mãos
num vai e vem ritmado
delineando espasmos
que coram os malditos gozos







covardes e assassinos
emudecem as madrugadas
são eles desviantes
príncipes, poetas e ladrões
das verdades avessas
aliados as couraças
escorraçando os medos
os freios, os furtos
frutos de insultos
invertem o mundo
sobre-o-mundo
a gaiola de Genet
esvazia-se de sangue



Mozart

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