sobem as escadas
descem os morros
e o prazer exclama
eriça os sentidos
em um território escuro
bate a porta do carro
um clique dedos inquietos
alarmes acionadosentre bueiros, postes e esquinas
corpos serpenteiam aos meio-fios
o fôlego por um fio
pronunciam-se as estranhas
rostos rudes
mãos calejadas
atravessam fendas
poros, instintos
agitam os músculos eréteis
marcas proeminentes
dos safados jeans
camisetas alargam os peitos
de pelos revoltos ao sereno
rompem-se as gretas
ancas ordinárias se afastam
o membro se acanha, outro assanha
mãos deslizam sobre zíper latino
hálito morno na nuca
espalmar de mãos dobram o torso
olhos públicos faíscam
teso e reteso nervo
nos arcos das pernas se dilatam
anéis afrouxam gemidos
e a linha passa agulha
em um costurar de emoções vazias
- é, Jean Genet na praça
querrele no largo das noites vagas
arrasta-se nas rodas finas de um carro
entusiasmam os faróis, a partida
a noite é surda
mas o viscoso líquido
na bunda da lua
lubrifica as retinas
lubrifica...
o CRESCIMENTO É INEVITÁVEL. Teus poemas urbanos são sempre de elaboração primorosa. Gostaria de ter escrito alguns deles... Sou teu fã de carteirinha hein, agora só falta criar o fã clube.
ResponderExcluirabração sg
Sérgio Gerônimo, sigo as cores de um mestre: VOCÊ.
ResponderExcluirPoesia é isso: peito aberto, vento na cara, liberdade. A observação e o conhecimento, que nunca alcançaremos na totalidade neste período de vida, são visíveis neste texto.
ResponderExcluirComo disse o Sérgio, 'poema de elaboração primosa' e imaginário rico. Uma beleza, querido Mozart!