segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Delírio

o elevador verticaliza as escadas
os halls se cumprimentam
o amanhã floresce giras sóis.
na rua os corações excitam o asfalto
fervem retinas que pupilam
automóveis expressos

(ah!) desprezo

largos risos expandem as avenidas
na corrida das calçadas
copiosamente giram
os aros da bicicleta quase veloz
as areias se espalham
se espelham

(mesmo assim) desprezo

vergonhosamente
sobre os brancos,
vermelhos, amarelos, verdes
cores espumantes da Sernambetiba
esquentam arrebentações
um quebra-mar
(ah!) desprezo

todavia
em todas as vias
o bronze arrebatado dos corpos
me provoca um imenso prazer
Mozart

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Achei interessante que os versos pareçam feitos de fragmentos. Como os delírios são. Mistura de imagens e sensações sem necessidade de uma estrutura linear... Como nos sonhos!

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