domingo, 26 de junho de 2011

C.E.L.A.

existe uma trave

nos olhos suaves das manhãs
há uma estrela brilhante
no fundo da parede
fez-se luz o sangue
a penumbra despede-se
radiante na grade
o negrume se estende
em paredes lambuzadas
e viscosas de vícios
sombrio o mundo desfaz-se
nos olhos assassinos
dos sem-culpas
a força imponente
de membros desejosos
calam em espasmos jocosos
a cela fria preenche
saliva, língua, suor
- sexo solitário
prisioneiro gozo matinal
o vazio persegue
o cassetete desliza
no torpor da carne espalmada
de um caminho sem fim
Mozart

Um comentário:

  1. Incrível que,às vezes, estejamos em celas...sem que outros percebam... E, claro, nós sempre temos as chaves na mão!
    Bjs!

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