quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Abismar-se


Abismo
aos olhos o monte
e não vi o céu
tombei o corpo - frio
a terra me abraçou
túmida

dedos
(como raízes)
cravavam as profundezas
às entranhas
minha alma
serpentiosa e visceral
venenosamente
brotava
(como germe)

ao céu o ventre enlevo
não fertilizo
mesmo a chuva
mesmo a lua
a escura face
sequer notou

mas todo tempo
a solidão
inquiria
a semente
do fim.

(mozart)

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